Re: Instrumentos de Avaliação - IAbelheira,IVieira,Paula por Ana Cristina Louro - Terça, 14 Junho 2011, 23:13 | |
Olá Isabel. Ia "agorinha" mesmo comentar o vosso trabalho quando vejo este post, que confesso exerceu o seu poder de "mosquito" Quando se afirma que a avaliação do percurso do aluno não deve ter em conta o seu desempenho na primeira fase, tenho que discordar. É um facto que queremos e recorremos a estes instrumentos para promover o sucesso, mas não podemos esquecer que a avaliação além de formativa deve ser também continua. Por conseguinte não me parece correcto simplesmente "esquecer" o que se fez antes. Corre-se inclusivé o risco, de o aluno utilizar este recurso avaliativo para "descançar" na 1ª fase a pensar já na 2ª. Não te parece? De qualquer modo quero felicitar-vos pelo trabalho com que nos brindaram, que demosntra mais uma vez as grandes potencialidades da avaliação formativa, na qual se insere o teste em duas fases. Porém não me parece que o nível etário dos alunos seja uma das razões para escolher este instrumento. Testes em duas fases fazem-se até no ensino superior. O que só revela as multiplas possibilidades de aplicação. bjs acl |
Não se tratava aqui de ignorar o resultado da 1ª fase mas antes, e isso é o mais importante, ter em conta a progressão realizada pelo aluno da 1ª para a 2ª fase.
Parece existir aqui uma confusão relativa à avaliação formativa, na qual o erro não deve ser esquecido, pelo contrário, ele serve para que o aluno supere as suas dificuldades. Mas o que a colega defende é que este instrumento de avaliação formativa seja usado, com o apoio de uma operação matemática de média, para fazer a avaliação sumativa, em que o erro serve para penalizar o aluno, não vá ele aproveitar para “descansar”.
Encarado desta forma este instrumento de avaliação acaba por desvirtuar aquilo que deve ser a avaliação formativa pois esta não se deve distinguir da avaliação sumativa pelos instrumentos que usa mas sim pelos propósitos que tem e, seguramente, não será seu objectivo classificar o aluno (cá estamos nós na avaliação como medida).
Re: Instrumentos de Avaliação - IAbelheira,IVieira,Paula por Isabel Vieira - Terça, 14 Junho 2011, 22:57 | Caros colegas Pelo trabalho que desenvolvemos penso que podemos chegar à conclusão que a realização do teste em duas fases se tratou de um tempo ganho pois promover a avaliação formativa tem que ser sempre encarado como uma mais-valia no conjunto das actividades que desenvolvemos com os alunos. Contudo, penso que será incorrecto adaptar o teste em duas fases ao que nos dá jeito, isto é, adaptá-lo e moldá-lo de forma a podermos utilizá-lo como elemento classificativo. Também não me parece correcto que se atribuam pesos ou ponderações de forma a manobrar resultados que devem ter, acima de tudo, um papel formativo no desenvolvimento das aprendizagens dos alunos. Esta questão também se coloca nas nossas escolas com outros instrumentos de avaliação. Tudo isto porque a avaliação continua a ter um papel essencialmente classificativo e será muito difícil mudar esta ideia que está na cabeça dos professores mas também na dos pais e, por osmose, também na dos alunos. No caso dos testes em duas fases não faz qualquer sentido fazer a média entre o resultado do 1º teste com o do 2º por uma razão muito simples. É ou não objectivo do professor que o aluno atinja as competências previstas, através da concretização de uma série de aprendizagens? Ora se o aluno atingiu um determinado resultado isto significa que ele adquiriu, atingiu. Ora se ele atingiu vamos fazer médias com aquilo que ele fez anteriormente quando ainda não tinha atingido? Esta questão das médias também se coloca ao nível da avaliação sumativa das aprendizagens dos alunos. Como é possível atribuir uma classificação baseada em médias quando o q se pretende é que o aluno atinja as competências definidas? As avaliações pedagógicas são de facto uma tremenda confusão e têm, para muitos professores, um significado e sentido completamente diferentes daqueles que estão definidos e regulamentados na respectiva legislação do ensino básico. Se alguns progressos têm sido feitos em termos pedagógicos no nosso sistema educativo parece-me, pela minha experiência profissional, que ainda está muito por fazer nas nossas escolas no que diz respeito às práticas avaliativas das aprendizagens dos nossos alunos. É urgente fazer formação contínua dos professores nesta área mas também é imprescindível que nas escolas se faça formação inter-pares e o período de interrupção lectiva que se aproxima é óptimo para isso. Acima de tudo as nossas crianças e jovens não podem continuar à espera que os professores apliquem a legislação que está em vigor há 10 anos e que por falta de formação mas também por inércia continua por aplicar na sua plenitude. Um abraço e votos de boas práticas avaliativas, Isabel Vieira |
Esta intervenção serve exactamente de resposta à intervenção da colega por mim seleccionada apesar de no fórum a resposta anterior ter servido para reagir a esta intervenção minha.
Penso que em termos de avaliação passámos de uma fase subjectiva, em que a avaliação era ou a média exacta dos testes ou algo subjectivo baseado nas impressões do professor, para uma fase em que se introduzem as classificações recolhidas por vários instrumentos numa folha excel a qual faz uns cálculos com maior ou menor complexidade e no final dá um número o qual será convertido numa escala. Chega-se mesmo ao ridículo, e já ouvi vários colegas na escola a dizerem isso - Azar! Teve 49% ? então tem 2! não chegou ao 50%! E é aqui que temos que trabalhar porque esta concepção de avaliação já não é minimamente aceitável, nem como pais nem como professores.