segunda-feira, 25 de julho de 2011
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Avaliação das aprendizagens em Portugal - Ponto de situação
Fernandes (2009) apresenta alguns dos principais resultados da investigação realizada em Portugal, nas últimas três décadas, em avaliação das aprendizagens, no âmbito de programas de mestrado e de doutoramento, e cujas principais conclusões, acerca das práticas de avaliação na sala de aula, se citam:
§ As práticas de avaliação formativa estão longe de fazer parte da vida pedagógica das escolas. A grande maioria dos professores reconhece a sua relevância e importância para ajudar os alunos a aprender, mas utiliza uma diversidade de argumentos que justificam a inconsistência entre as suas concepções e as suas práticas (e.g., falta de formação, necessidade de cumprir o programa);
§ A avaliação é fundamentalmente um assunto do professor. São poucas as investigações que mostram que existe partilha dos processos de avaliação com os alunos, pais, professores ou outros intervenientes;
§ A avaliação ainda é um processo pouco transparente. Os critérios de avaliação, de correcção e de classificação não são, em geral, explicitados nem clarificados com os alunos.
§ A avaliação tende a ser pouco rigorosa e pouco diversificada. Os testes prevalecem. Foi possível constatar a utilização de formas alternativas de recolha de informação num reduzido número de casos;
§ A avaliação como medida ou como forma de verificar se os objectivos foram ou não atingidos são as concepções predominantes. Avaliar para aprender ou para melhorar são concepções que apenas uma minoria de professores parece compreender e pôr em prática;
§ A avaliação das aprendizagens não ocorre de forma contínua e sistemática; a avaliação formativa é pouco frequente e mais baseada na intuição dos professores do que na recolha deliberada e propositada de informação;
§ As concepções e práticas de avaliação dos professores parecem estar fortemente dependentes da cultura avaliativa existente nas escolas e na sociedade; neste sentido, a formação inicial e contínua dos professores parece ter uma influência limitada;
§ O objecto de avaliação por excelência é o conhecimento das matérias curriculares avaliado através de testes e outros trabalhos escritos que constituem as estratégias privilegiadas de recolha de informação avaliativa;
§ As reformas educativas têm pouco impacto nas práticas dos professores e na sua consciência profissional. Os professores não possuem uma perspectiva crítica sobre os normativos da avaliação porque, em geral, não conhecem os seus princípios estruturantes. Talvez por essa razão considerem que os novos diplomas de avaliação vieram, acima de tudo, aumentar o trabalho burocrático (Fernandes, 2009, pp.89-90).
Fernandes, Domingos (2009). Avaliação das aprendizagens em Portugal. Investigação e teoria da actividade. Sísifo. Revista de Ciências da Educação, 9, pp. 87-100. (Consultado em Maio de 2011 em http://sisifo.fpce.ul.pt).
domingo, 17 de julho de 2011
Avaliação como regulação
A avaliação na sua vertente reguladora da aprendizagem assume cada vez maior importância, podendo tomar várias expressões na sua concretização. Quando desenvolvida pelo professor, a avaliação formativa, pode ocorrer em momentos diferentes, como seja no início de uma tarefa ou de uma situação didáctica – regulação proactiva –, ao longo de todo o processo de aprendizagem – regulação interactiva – ou após uma sequência de aprendizagens mais ou menos longa – regulação retroactiva (Allal, 1986). Quando desenvolvida pelo aluno, auto-avaliação, é entendida como um processo de metacognição, processo mental interno através
do qual o próprio toma consciência dos diferentes momentos e aspectos da sua actividade cognitiva.
Segundo Leal (1992) a avaliação deve estar de acordo com seis princípios:
a) princípio da coerência, a avaliação deve estar em consonância com as três componentes do currículo: objectivos, conteúdos e metodologias;
b) princípio da integração, onde a avaliação é vista como parte integrante da aprendizagem;
c) princípio do carácter positivo, a avaliação deve dirigir-se para aquilo que o aluno melhor sabe, ou melhor sabe fazer;
d) princípio da generalidade, por um lado, a avaliação deve dirigir-se a objectivos gerais de ensino, ao mesmo tempo que o aluno deve ser visto como um todo e não como um elemento dentro do colectivo, por outro, a escolha de uma forma ou instrumento de avaliação não deve ser feita em função da sua adequabilidade a uma classificação quantitativa, mas sim aos fins para os quais foi pensada;
e) princípio da diversidade, na avaliação o professor deve recorrer a múltiplas fontes de evidência do desempenho do aluno, permitindo dar resposta às características pessoais dos alunos;
f) princípio da postura, a avaliação deve acontecer num ambiente em que a confiança e a clareza imperem e em que as críticas e sugestões sejam entendidas como naturais.
Em suma é fundamental que a avaliação seja orientada para a promoção das aprendizagens e para a regulação do ensino do professor e da aprendizagem dos alunos, para isso tem de ser um processo participado e transparente ao mesmo tempo que surge de forma integrada com as práticas curriculares, ajudando a sua própria construção.
Avaliar Porquê?
A avaliação das aprendizagens dos alunos é uma componente fundamental da educação escolar e dos processos escolares de ensino e de aprendizagem.
Os esforços para melhorar a educação exigem, necessariamente, a melhoria das práticas de avaliação.
A avaliação tem um duplo valor regulador, por um lado, com o papel formativo de regulação no ensino, por outro, com o papel formador da regulação na aprendizagem.
Ana Margarida Veiga Simão (2008)
Os esforços para melhorar a educação exigem, necessariamente, a melhoria das práticas de avaliação.
A avaliação tem um duplo valor regulador, por um lado, com o papel formativo de regulação no ensino, por outro, com o papel formador da regulação na aprendizagem.
Ana Margarida Veiga Simão (2008)
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